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Respiração – Parte 2

Por Marcus Lima em 11 de junho de 2014

Finalizando o artigo do Gray Cook a respeito da respiração.

Aos que não leram a primeira parte, aí vai o link: Respiração -Parte 1

Espero que lhes seja útil.

Abraço a todos.

 

Respiração – Parte 2

Gray Cook

 

Agora, digamos que mobilidade não seja o problema. Você poderia seguir o conselho que eu e Brett Jones demos no dvd Secrets of the Shoulder e usar a Respiração Crocodilo. Ou poderia usar a “Respiração Gangorra” de Feldenkrais (N.T: O nome original do exercício de respiração de Feldenkrais é: “See-saw breathing”. Para o qual não consegui nenhum vídeo ou imagem que demonstrasse exatamente que exercício respiratório é este, ficarei devendo essa. Caso haja algum leitor que tenha intimidade com o método, sinta-se a vontade para nos esclarecer).

(N.T: No vídeo acima, vemos um exemplo do exercício “Respiração Crocodilo”. Deitado de barriga para baixo, simplesmente respire pressionando a barriga contra o solo. Pode ser colocado um rolo desses de autoliberação miofascial ou uma toalha enrolada sobre a lombar afim de aumentar a percepção do executante. A dica verbal pode ser: “Levante o rolo”, ou “levante a toalha”).

Em observações médicas, a respiração em “gangorra” (N.T: Original em inglês: see-saw breathing) é provavelmente um problema, quando se observa o diafragma subindo, o peito descendo e depois ocorre o reverso (N.T: O diafragma desce e o peito sobe, como em uma gangorra, daí o nome).

Isso provavelmente significa que o bebê talvez tenha uma obstrução das vias aéreas ou outro problema. O que gostaríamos de observar é tudo se movendo junto. Obviamente, queremos a respiração a partir da “barriga”, mas com uma contribuição do peito também. Se vemos uma dessas partes se destacando (N.T: Peito ou barriga), pode indicar um problema.

Mas em nosso mundo sedentário, com altos níveis de stress e questões emocionais que acompanham essa sociedade acelerada e sedentária, talvez tenhamos que resetar a respiração. Sim, você pode ser acelerado, estressado e completamente sedentário.  Pense em estar em um engarrafamento…sem fazer nada dentro do carro, o stress emocional estará lá no alto.

Temos de lembrar ao nosso cérebro suas opções. Se problemas de mobilidade não são a razão pela qual a respiração está fora de sincronia, talvez seja porque ela não esteja sendo usada de maneira autêntica há um bom tempo.

O treino é como meditação, como o uso da respiração na ioga e artes marciais. Se pensarmos a respeito, algumas das mais antigas formas de exercício iniciam com a respiração e algumas das mais novas tendências nem sequer a consideram.

Os treinadores de hoje, frequentemente pensam que se eles deixam a pessoa sem fôlego, tudo de bom vai acontecer. Não sei se esta é a melhor forma de abordar a questão.

Pense a respeito, A sabedoria de eras nos diz para iniciar cada exercício ou movimento com atenção e eficiência na respiração, porque é o combustível de qualquer coisa que fazemos. Você faz isso? Não. Queremos apenas aumentar o peitoral, trincar os abdominais e ativar os glúteos.

Ah, e apenas respire o quanto quiser.

Quando olhamos para oportunidades para coordenar novamente ou reconectar a respiração, o que veremos é que a “Respiração Gangorra” é uma maneira de diminuir a ênfase na respiração apical e melhorar a respiração abdominal.

A “Respiração Crocodilo” é outra maneira de fazer isso, e nos dá um senso diferente de retorno de informação quando a barriga expande para os lados e pressiona contra o solo, elevando a lombar (N.T: Ou seja, devemos ver a lombar subir, como no vídeo acima). Vemos as costas subindo e descendo, o que parece bastante com um crocodilo respirando deitado de barriga para baixo.

Temos algumas técnicas incríveis para resetar ou reconectar a respiração, para lembrar o cérebro que existem outras opções que não seja a respiração apical. Pense primeiro em áreas restritas: coluna lombar, o peito, os abdominais, muita rigidez na região do assoalho pélvico e definitivamente….o pescoço.

Veja quantas pessoas estão balançando kettlebells que ainda usam o pescoço como parte do core (N.T: Ou seja, estressam os músculos do pescoço em busca de estabilidade adicional, de maneira inconsciente. Como na foto abaixo). Eles estressam os músculos anteriores do pescoço, não respirando corretamente e outros problemas surgem a partir disso. Se a respiração não está bem, teremos problemas.

Levemos isso um passo adiante. Se você está lidando com alguém com um histórico de problemas respiratórios, pode ser uma obstrução anatômica. Pode ser que as vias aéreas estejam comprometidas. Existem muitas coisas que podem ser feitas a respeito, mas eu não iniciaria com exercício.

Temos de ser responsáveis quando falamos a respeito de respiração. Temos de ter certeza de que não há alguma obstrução anatômica. Temos de nos certificar de que existe mobilidade nas regiões do corpo que envolvem a respiração.

Lembre-se do tamanho da área coberta pelo peito e pelos pulmões. Os pulmões cobrem uma área desde quase embaixo dos trapézios até próximo ao final do gradil costal, então qualquer restrição nesta área pode interromper a respiração natural.

Se as restrições são removidas e não existem obstruções, alguns destes exercícios de coordenação para respiração são absolutamente incríveis para resgatá-la. Uma vez que o seja, coloque esta nova maneira de respirar em outras atividades, porque estes são de fato, exercícios corretivos.

Exercícios corretivos deveriam ser uma medida temporária, para que se possa colocar em atividades praticadas, o benefício conquistado por meio dos exercícios corretivos. Você irá respirar melhor na próxima vez que correr, levantar pesos, fazer uma escalada, pedalar, etc.

Em relação a respiração, seguimos as mesmas regras aplicadas a qualquer outro movimento corporal.

 

DNS exercício - Fortius


Aos que quiserem ler o artigo original desta adaptação, aí vai o link: Breathing.

Instituto Fortius